Por: Elson de Melo*
A política brasileira é movida pelo poder econômico, somente os
partidos políticos ligados ao capital, dominam há séculos o governo e sempre estão
a serviço do grande capital que continua manipulando o Estado e oprimindo o
nosso povo. O PSOL nasce da necessidade de rearticulação dos lutadores sociais,
que ficaram órfãos quando o PT foi abduzido pelos banqueiros, latifundiário,
grandes especuladores... Desde sua fundação, o PSOL vem superando os limites
impostos por essa política do toma lá da cá.
Alinhado a esquerda socialista, o PSOL afirma na sua filosofia, de
“um partido socialista e anticapitalista”. No campo das possibilidades, um
partido da esquerda socialista na política brasileira e mundial, sofre o
estigma oriundo da guerra fria que norteou a política internacional por quase
oito décadas, onde, de um lado os Estados Unidos comandava os países do ocidente
e de outro a União Soviética, comandava os países do bloco dos não alinhados. Esse
estigma limita em muito o avanço de um partido da natureza do PSOL, é um
verdadeiro exercício de superação de limites dia pós dia.
Observando a natureza do PSOL, é possível estabelecer uma reflexão
dirigida aos desafios atuais, que nos levam a situações extremas diante dos
novos paradigmas científicos, as crescentes possibilidades técnicas, as
alterações dos padrões sociais, a proliferação de problemas ambientais, os
contextos conjunturais, as modernas formas de escravidão, as imutáveis questões
da existência. São fatores que requer dos lutadores sociais, investigações
precisas, que identifique com clareza os caminhos a percorrer.
A pluralidade do PSOL é um fator positivo se observado os valores
éticos e sociáveis pelas correntes internas que disputam a hegemonia do
aparelho partidário. Caso contrario, a organização fracassará enquanto
instrumento de possibilidades de transformação social. Não estou propondo o
consenso, mas sim estabelecer um debate pedagógico que aprofunde de forma
civilizada as estratégias e táticas realistas a luz de uma plataforma de
unidade capaz superar as dicotomias e especulação filosóficas.
Estamos diante de uma realidade cruel e desafiadora, e isso nos
leva a não desperdiçar possibilidades, precisamos para tanto, ultrapassar o
individualismo, o relativismo moral e intelectual que a nível global reina
absoluto nas sociedades ditas modernas, a ética de situações limites, busca
respostas para o domínio do ambiente e da ecologia, onde o capital há cada dia manipula
a genética e incorpora na indústria da alimentação elementos químicos que
compromete a saúde dos humanos e a vida na terra.
O PSOL Amazonas está completando dez anos de organização, num
primeiro momento, podemos dizer que se trata de uma criança caminhando para pré-adolescência,
no entanto, é preciso acelerar o seu crescimento, torna-lo o principal instrumento
de reação política da classe trabalhadora, avançar na caminhada organizacional
e eleitoral, combinando um plano de atividades praticas com um forte e consequente
projeto pedagógico de educação política.
Essa combinação nos abre um leque de possibilidades dentro desse cenário
cruel que é a política brasileira, é a nossa criatividade e organização que
fará a diferença, e, isso só será possível, se acreditarmos na mobilização
popular, na capacidade transformadora dos trabalhadores e principalmente se
superarmos os medos que nos rodeiam há toda hora.
Para superar a força do capital, só organização. Para superar os
limites da política tradicional, muita ação mobilizadora. Para superar nossos
medos, mais educação política e determinação. Assim o PSOL Amazonas, será capaz de
superar os limites de uma política sem limites.
*Elson de Melo é Presidente do PSOL(AM)
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