Filiar-se a um partido requer uma clara compreensão
acerca do significado mais profundo do que entendemos por política. Política
tem a ver com a constante busca coletiva pela construção de uma realidade
melhor para todos. É uma atividade que tem como foco o bem comum. É o reconhecimento
de que o meu bem estar não está descolado do bem estar dos que me rodeiam. Por
isso, é de fundamental importância a verificação do caráter e seriedade da
instituição partidária a qual se pretende filiar, visto que a política, por
mais que tenha uma finalidade tão nobre, na prática, tem sido, historicamente,
um instrumento a serviço de uma minoria privilegiada e rica que pensa o poder
como algo que deve ser orientado quase que exclusivamente para si mesma.
A democracia, uma conquista da
humanidade no século XX, é ainda um processo em construção. É como uma casa com
alicerce requerendo paredes, teto e acabamento. O governo do povo voltado para
o próprio povo, tradução dessa palavra, é ainda uma realidade pouco concreta na
grande maioria dos países do mundo e, no Brasil, a situação não é diferente.
Nosso país, é sempre bom resgatar a História, foi o último na América
independente a abolir a escravidão no papel, visto que ela aflige, ainda hoje e
de forma cruel, milhares de brasileiros pobres e sem instrução. Sob vários
ângulos, é fácil perceber que, atualmente, ela usa vários tipos de disfarce. Por
isso, quem pensa a política como algo vinculado aos valores democráticos
autênticos, não pode deixar de se filiar a um partido comprometido com eles.
O PSOL é o partido da verdadeira e
autêntica democracia. Uma democracia que se estrutura de baixo para cima, ou
seja, que se constrói a partir da organização, debate e ação de todos os homens
e mulheres que, no dia a dia das comunidades, trabalham de forma honesta e
vivem dos frutos que dele colhem. Uma democracia em que o governante é apenas um
servidor fiel e obediente ao povo que o governa e não que ele governa. Uma
democracia em que esse mesmo servidor, quando infiel e desobediente, é afastado
rapidamente e punido na forma da lei feita e reconhecida pelo povo. Uma
democracia em que todos, além do direito de ampla participação nos assuntos de
governo, possam gozar da melhor qualidade de vida que seja possível construir
como resultado do esforço coletivo. Em suma, uma sociedade sem nenhum ser
humano vivendo de forma indigna ou desumana.
Uma sociedade assim é vista por
muitos como algo impossível de se concretizar na realidade. O PSOL, todavia, acredita
firmemente que essa mesma realidade é não somente plenamente possível como
inteiramente ao alcance das pessoas que ousam buscá-la de forma inteligente e
altiva. Todavia, temos de ter clareza que, para alcançá-la, é preciso
organização e firmeza coletiva na superação de todos os entraves colocados
propositalmente no meio da estrada que nos leva a esse destino. É preciso ter
clareza que o sistema hoje dominante no mundo – O CAPITALISMO – é o principal
produtor desses entraves. É preciso ter clareza que os agentes desse sistema,
todos os dias, nos estimulam, através da TV e da grande mídia, a pensar que
isso é um sonho impossível, ou seja, uma mera UTOPIA. Dizem que cada um deve se
preocupar e cuidar unicamente do seu próprio mundinho particular.
Se todos pensarem assim, não haverá
esperança nem para o Brasil e nem para o mundo. Somente quando acreditamos que
somos capazes de mudar a realidade das coisas é que adquirimos uma fé e uma
energia que nos faz ir em frente apesar das dificuldades. Precisamos despertar
para o fato de que o preço do feijão, da farinha, da tarifa do ônibus, do preço
da gasolina, do valor do salário do professor e do médico público não é
determinado meramente por questões econômicas. Por detrás de tudo isso e de
muitas outras coisas está o interesse político de muitos que não conseguem
enxergar o mundo para além de si. Pensam no céu para si não se importando se a
consequência for o inferno para o resto. Eis a vilania do capitalismo. Aos
poucos, ele faz as pessoas pensarem assim de forma natural. O mundo que todos
desejamos não virá sem a conjugação do socialismo com a democracia.
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