Propomos a realização de uma semana nacional de
mobilização, entre os dias 30 de março e 3 de abril, em que apresentaremos
nossas propostas para o enfrentamento à crise através de atos de rua,
panfletagens e debates promovidos pelo PSOL
A Executiva Nacional do PSOL, reunida nesta segunda-feira
(16), em Brasília, discutiu a situação política do país à luz das manifestações
de rua ocorridas nos últimos dias 13 e 15. Reafirmamos que a saída para a crise
política, econômica, social e ambiental que o país atravessa só pode ser
resolvida por medidas que enfrentem os verdadeiros responsáveis pelo caos que o
país vive: os monopólios, o capital financeiro, os bancos, o agronegócio e as
empreiteiras, o governo e a maioria conservadora do Congresso Nacional.
Assim, consideramos correta a posição tomada pelo
PSOL de não se incorporar nem às manifestações em defesa do governo Dilma – um
governo que retira direitos dos trabalhadores e aplica um brutal ajuste fiscal
– nem às manifestações patrocinadas pela Globo e que propõem saídas
reacionárias, uma vez que a simples substituição da atual presidente não
promoverá qualquer mudança positiva no conteúdo das políticas aplicadas contra
os trabalhadores.
A luta contra o ajuste econômico tem levado às ruas
setores organizados da classe trabalhadora e da juventude. Os últimos meses
foram marcados por importantes lutas contra a retirada de direitos, como as
greves operárias, a luta do Comperj, o levante do funcionalismo público no
Paraná, as lutas por moradia do MTST e outros movimentos, como a greve dos garis
do Rio de Janeiro.
Enquanto isso, aprofunda-se a crise política em
torno da Petrobras, demonstrando a relação espúria entre o financiamento
privado de campanhas e sua condição de motor da corrupção. O PSOL, por meio da
CPI da Petrobras e de outros espaços no parlamento brasileiro, tem denunciado
os desvios e a corrupção, exigindo a punição de todos os corruptos e
corruptores e a completa reestatização da maior empresa nacional.
Ao contrário das saídas privatistas e antipopulares,
propostas pelos proponentes das manifestações do dia 15, e das medidas de
arrocho proposto pelo governo Dilma, o PSOL defende que é possível enfrentar a
crise ampliando direitos – especialmente das minorias oprimidas – aumentando
investimentos, rompendo com os interesses dos mercados e realizando profundas
reformas populares. Nos movimentos sociais, no parlamento e na sociedade em
geral, o PSOL tem defendido uma plataforma de propostas emergenciais para
enfrentar pela esquerda a profunda crise que o país atravessa.
Queremos construir uma alternativa ao governo e
contra a direita. Defendemos uma série de medidas de emergência que se combinam
com nossa luta programática mais geral, como a defesa da auditoria da dívida e
a imediata divulgação da lista de sonegadores do HSBC para responder à crise
geral. Vamos seguir nossa batalha por mais direitos, como a luta das mulheres,
da comunidade LGBT e contra o genocídio da juventude negra nas periferias.
Para isso, propomos a realização de uma semana
nacional de mobilização, entre os dias 30 de março e 3 de abril, em que
apresentaremos nossas propostas para o enfrentamento à crise através de atos de
rua, panfletagens e debates promovidos pelo PSOL. Entre nossas prioridades
estão:
a) A luta contra o ajuste de Dilma e Levy;
b) Revogação imediata do tarifaço (combustíveis,
energia elétrica, transporte público, abastecimento de água);
c) Reforma Política com o fim do financiamento
empresarial de campanhas;
d) Fora Renan Calheiros, Eduardo Cunha e todos os
corruptos e corruptores;
e) Imediata aprovação do Imposto sobre Grandes
Fortunas;
f) Em defesa de uma Petrobras 100% estatal.
Além disso, realizaremos atos para debater com
setores à esquerda (MTST, centrais sindicais independentes, partidos da
esquerda socialista) em três capitais, com data a definir: Brasília, Rio de
Janeiro e São Paulo. Nesse processo, aprofundaremos o diálogo com movimentos e
partidos que, como o PSOL, buscam alternativas populares à crise que o país
atravessa, sem prejuízo a outras iniciativas em curso. Por fim, recomendamos
nossa militância a se somar fortemente aos atos do dia 26 de março, em defesa
da educação pública, e a construir a Jornada Nacional em Defesa do Serviço
Público, dias 7, 8 e 9 de abril.
Brasília-DF, 16 de março de 2015
Executiva Nacional do PSOL
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