14. Esse quadro de CAOS
GENERALIZADO funciona como a força motriz que move a canalhice política
praticada no Amazonas através dos que se apresentam como “messias” ou
“salvadores populares”, condição fundamental para o ÊXITO ELEITORAL DESSES
CANALHAS. É nesse contexto que se explica o
DRAMA DAS SECAS E DAS ENCHENTES no Amazonas. Será que não existem meios
simples, eficazes e baratos para se lidar e conviver com esses fenômenos
cíclicos naturais? Será que, a cada momento, teremos que conviver com situações
mais graves, reveladoras do despreparo ou má-fé dos governos para o
enfrentamento da questão? Será que é impossível estabelecer regras proibindo a
edificação de casas em áreas impróprias e áreas de risco e, conjugado a isso,
executar uma eficiente fiscalização para impedir que isso ocorra? Será que é
impossível uma ação pedagógica preventiva do Estado, no sentido de evitar ou
aliviar os transtornos dos períodos de secas e enchentes? Lamentavelmente,
vemos esses ciclos naturais servindo como desculpa comum para as DISPENSAS DE
LICITAÇÃO e consequente farra no gasto do dinheiro público. Não interessa, aos
canalhas travestidos de políticos, a execução de medidas simples e pedagógicas,
pois, com elas, os canalhas ficariam sem um de seus principais instrumentos de
ENCABRESTAMENTO ELEITORAL;
15. Não se pode deixar de
registrar nesta CARTA, as comoventes e dramáticas questões que envolvem a exploração
e comercialização de minérios e madeiras, apenas gerando altíssimos lucros para
as empresas, com resultados devastadores para o meio ambiente (desmatamento,
poluição e matança das nascentes dos rios) e para as populações nativas (doenças,
sujeira, problemas respiratórios, falta de escola pública, de saneamento). Tudo
como parte de uma inaceitável política governamental orientada para a expansão
e reprodução do lucro privado;
16. De fato, deve ser registrado
que as políticas governamentais de ocupação da Amazônia nunca contemplaram
camponeses, nativos e migrantes, ignorando completamente os direitos fundiários
históricos dessas comunidades tradicionais. Na verdade, com a permissividade
oficial, grandes extensões de terras foram adquiridas por empresários que se
transformaram em proprietários de imensos latifúndios. No relato de Marinor
Brito, o fato deu ensejo, ou, pelo menos, favoreceu a prática da grilagem, da
pistolagem, da formação de milícias privadas, assassinando-se, por encomenda,
sindicalistas, líderes religiosos, políticos, além do massacre de índios e
trabalhadores rurais ( “Devastação e violência: apontamentos sobre o avanço da
fronteira capitalista na Amazônia”, trabalho publicado no livro “Amazônia:
olhares Inquietos na floresta”, organizado por
Luis Arnaldo Campos e Dion Monteiro, Rio de Janeiro: Fundação Lauro
Campos, 2011, p.72). Esses fatos marcam a abertura da fronteira econômica da
Amazônia com a aquisição de terras públicas através da prática da grilagem. Por
isso, é necessário continuar atento aos 650 pedidos de mineração endereçados
(1970 a 2012 ) ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). É preciso
continuar atento à PEC já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, que
retira do Executivo a autonomia para demarcar terras indígenas, transferindo-a
para o Congresso Nacional. Esses fatos servem para dar a dimensão da cobiça das
empresas de mineração e da gravidade atual do problema;
17. A CONSTATAÇÃO OFICIAL DO CAOS
é também nos revelada pela CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO ao publicar o relatório
que coloca o Amazonas em primeiro lugar,
no ranking de ações ajuizadas, tendo como base as condenações do Tribunal de
Contas da União. Nessa linha, entram prefeitos, ex-prefeitos, políticos e
servidores da administração pública. Por sua vez, o Coordenador Geral de
Articulação Institucional do Ministério da Justiça, delegado da Polícia
Federal, Roberto Biassoli, afirmou enfaticamente: “O Amazonas é um campo fértil
para lavagem de dinheiro”. Como operadores de lavagem de dinheiro citou
empresários do PIM, políticos e traficantes internacionais de droga ( A
Crítica, ed. de 01.07.2011, p. A5). É uma pena. É uma lástima.
18. Finalmente, impõe-se AVALIAR
O CUSTO DO CAOS, de forma a identificar O GRAU DE ENDIVIDAMENTO DO ESTADO DO AMAZONAS
E DO MUNICÍPIO DE MANAUS, sobretudo em face dos débitos vultosos que estão
sendo contraídos, INVIABILIZADORES DAS ADMINISTRAÇÕES FUTURAS, e certamente
geradores de sérias e graves consequências para a COMUNIDADE AMAZONENSE.
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